
Um levantamento do Ranking do Saneamento 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil com base em dados do SNIS 2023, confirma o Tocantins como referência em saneamento entre as capitais da Região Norte. Palmas ocupa a 32ª posição no ranking nacional, sendo a melhor colocada entre as capitais nortistas e uma das mais bem avaliadas do Nordeste .
O sucesso de Palmas não é fruto do acaso. A cidade alcançou taxa de cobertura de abastecimento de água de 97,92% e cobertura de esgotamento sanitário de 78,31%, com 66,79% do esgoto coletado recebendo tratamento adequado . Entre 2019 e 2023, foram investidos R$ 275,61 milhões nesse setor, o que representa um investimento per capita de R$ 182,11 por habitante .
Por trás desses números está a atuação conjunta da Agência Tocantinense de Regulação (ATR) e da prestadora BRK Ambiental – Saneatins. A ATR monitora constantemente a prestação de serviços, fiscaliza contratos e assegura que padrões tecnológicos e sanitários sejam rigorosamente cumpridos . Já a Saneatins, responsável pelo abastecimento em cerca de 47 municípios, opera com 28 ETAs, 222 poços e uma extensa rede que distribui aproximadamente 7,2 milhões de m³ mensais .
O governador Wanderlei Barbosa destaca que investir em saneamento é sinônimo de saúde, dignidade e desenvolvimento. Ele reforça que os bons indicadores comprovam que a política pública aplicada está beneficiando diretamente a população e aprimorando a infraestrutura urbana .
Segundo Matheus Martins, presidente da ATR, os resultados alcançados são consequência da integração entre poder público, regulação exigente e gestão eficiente. Ele ressalta que o acesso à água tratada e ao esgoto sanitário é um grande pilar para a qualidade de vida dos tocantinenses .
Comparativamente, Palmas supera capitais como Belém (PA), Manaus (AM), Salvador (BA) e Fortaleza (CE), consolidando-se como modelo no Norte e Nordeste . Esse desempenho coloca a cidade como uma das capitais mais competitivas, com potencial para atrair novos investimentos e consolidar sua reputação em infraestrutura.
Apesar dos avanços, o ranking também evidencia desafios. Um monitor da região Norte aponta que, embora Palmas tenha os menores índices de perda de água na distribuição (29,36%) e boas taxas de cobertura de serviços, ainda precisa ampliar o volume de esgoto tratado e elevar os investimentos per capita para alcançar metas de universalização até 2033 .
O panorama atual oferece aprendizados e oportunidades. A experiência tocantinense demonstra que avanço só é sustentável quando os investimentos são contínuos, a regulação é proativa e o monitoramento é transparente. Outras capitais da região podem utilizar esse modelo para planejar a universalização dos serviços, dentro do marco regulatório vigente.
A prioridade deve ser a expansão gradativa do tratamento de esgoto e a redução de perdas na rede, para que Palmas caminhe com segurança rumo ao atendimento universal previsto pelo Novo Marco do Saneamento. Do ponto de vista estratégico, manter o ritmo de investimentos e aprimorar a governança pública e privada será decisivo para manter a liderança e consolidar o padrão de qualidade alcançado.