
A oposição política ao governo Lula comemorou nesta quinta-feira a conquista de 41 assinaturas de senadores favoráveis à abertura de um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Esse número corresponde à maioria simples da Casa e representa um avanço importante na estratégia adversária.
O deputado Nikolas Ferreira (PL‑MG) foi o porta-voz dessa mobilização e divulgou nas redes sociais um roteiro claro de como pretende conduzir o processo, desde a leitura formal da denúncia pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União‑AP), até a eventual instalação de uma comissão especial. Rogério Marinho (PL‑RN), líder da oposição no Senado, também validou o número e interpretou o avanço como uma “vitória” política, ao passo que pediu ao presidente da Casa que considere pautar o tema.
Apesar desse momento estratégico, parlamentares governistas afirmam que Alcolumbre não pautará o pedido. O senador Cid Gomes (PSB‑CE) relatou que o presidente do Senado declarou publicamente que não levará o processo adiante. Já o líder governista Randolfe Rodrigues (PT‑AP) caracterizou a ofensiva oposicionista como “chantagem”, reforçando que Alcolumbre não cederá às pressões.
O jurista André Marsiglia classificou o cenário como “um fato histórico nunca visto”, mesmo que ainda distante da efetivação. Para que o impeachment avance, após a admissibilidade pela comissão especial — que também exige maioria simples — será necessário alcançar dois terços dos senadores para afastar formalmente o ministro Alexandre de Moraes.