
A Região Norte do Brasil voltou a acender o sinal de alerta com o avanço da mpox, doença anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Entre janeiro e abril de 2025, estados como Amazonas e Pará registraram um crescimento significativo no número de infecções, o que levou autoridades locais e o Ministério da Saúde a intensificarem ações de vigilância e prevenção.
Mesmo sem confirmação de óbitos ou situação de surto, o aumento dos casos já é motivo de atenção, especialmente em áreas com menor estrutura de saúde e difícil acesso — realidade comum em muitos municípios do Norte brasileiro.
Mpox em alta: números preocupam autoridades de saúde
No Amazonas, foram 63 casos notificados até o final de abril, sendo 33 confirmados e 29 descartados. A maioria das ocorrências está concentrada na capital, Manaus, onde a transmissão tem se dado de forma comunitária — ou seja, sem vínculo direto com viagens ou contatos importados. Isso indica que o vírus já circula livremente entre a população local, o que exige um monitoramento mais rigoroso.
Já no Pará, os dados divulgados pela Secretaria de Saúde apontam 19 casos confirmados entre janeiro e abril. Destes, 14 ocorreram em Belém, e os demais se espalharam por municípios da região metropolitana, como Ananindeua e Marituba. Um dos casos foi importado de outro estado. Por ora, o governo estadual descarta a existência de surto, mas reforça a importância de notificação imediata de sintomas suspeitos.
Nova cepa em circulação no Brasil
Em março, o Brasil identificou o primeiro caso da cepa 1b da mpox, considerada mais rara. A paciente, uma mulher de 29 anos da região metropolitana de São Paulo, foi diagnosticada após análise genética que detectou um subtipo viral com origem provável na República Democrática do Congo. O Ministério da Saúde notificou a Organização Mundial da Saúde (OMS), e equipes de vigilância seguem monitorando todos os contatos da paciente. Até o momento, nenhum caso secundário foi registrado, o que sugere controle da situação.
O que é mpox e como a doença se transmite
A mpox é uma doença viral transmitida principalmente por contato direto com lesões, fluidos corporais, objetos contaminados e gotículas respiratórias. O vírus pode sobreviver em superfícies e roupas, facilitando a infecção em ambientes compartilhados. Também há risco de transmissão sexual, o que levou a uma série de campanhas de conscientização sobre prevenção e detecção precoce.
Os sintomas incluem:
- Febre
- Lesões na pele que evoluem para crostas
- Inchaço dos gânglios linfáticos
- Dor muscular, fadiga e dores de cabeça
A infecção pode durar de duas a quatro semanas, e a maior parte dos casos evolui sem complicações. No entanto, pessoas imunossuprimidas, gestantes e crianças pequenas têm maior risco de desenvolver quadros graves.
Prevenção: o que a população deve fazer
As autoridades reforçam algumas medidas essenciais de prevenção:
- Evitar contato direto com pessoas com sintomas
- Usar máscaras em locais fechados ou de grande circulação
- Higienizar objetos de uso pessoal
- Lavar as mãos com frequência
- Procurar atendimento médico diante dos primeiros sinais
Além disso, os estados da Região Norte estão reforçando a estrutura de atendimento nas unidades básicas de saúde (UBS) e ampliando o treinamento de profissionais para detecção rápida de casos.