
Nos últimos anos, a internet se tornou um ambiente on-line complexo e, muitas vezes, perigoso, especialmente para os mais jovens. Um caso que jogou luz sobre essa problemática foi a ação do youtuber Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca. Ele, em um vídeo que rapidamente se tornou viral, expôs práticas supostamente ilegais que resultaram na prisão do influenciador Hytalo Santos e de seu marido, Israel Nata Vicente, sob suspeita de crimes como exploração de menores, abuso e tráfico humano. O desdobramento deste caso gerou um debate crucial sobre a responsabilidade de criadores de conteúdo e a segurança de crianças e adolescentes no mundo digital.
A repercussão do vídeo de Felca, que já acumula dezenas de milhões de visualizações, é um testemunho da gravidade do tema. A peça de conteúdo, com cerca de uma hora de duração, não se limita a expor o caso de Hytalo Santos. Ela aprofunda a crítica ao sistema de plataformas digitais, que parecem negligenciar a proteção dos menores. Felca aborda questões como a “adultização digital”, onde crianças são incentivadas a se comportar de maneira inadequada para sua idade, a glamourização de “empreendedores mirins” e o uso de perfis de “coach” adolescentes, que muitas vezes servem de fachada para atividades ilícitas.
Durante sua participação no programa Altas Horas, Felca reforçou a importância de proteger a infância da exposição precoce. Ele argumenta que a internet não é um espaço adequado para crianças e que a visibilidade excessiva pode acarretar em críticas e assédio, situações para as quais elas não têm maturidade emocional. Sua visão é clara: os pais têm um papel fundamental na supervisão ativa ou, em casos extremos, no bloqueio total do acesso de crianças à internet. A declaração ressoa com a crescente preocupação de especialistas em segurança digital e saúde mental infantil, que alertam para os riscos do uso descontrolado de telas.
O youtuber sublinha que o sucesso de seu vídeo não deve ser visto como uma conquista pessoal, mas como uma vitória para a causa da proteção das crianças. Ele detalha no vídeo como a palavra “trade” e outros códigos e símbolos são utilizados em grupos na internet, funcionando como uma linguagem secreta para pedófilos trocarem conteúdo ilegal. A ousadia de Felca em expor esses esquemas não só levou à prisão dos suspeitos, mas também acendeu um alerta para as autoridades e para a sociedade em geral sobre a existência e a disseminação de crimes digitais.
As investigações contra Hytalo Santos e seu marido, que já vinham ocorrendo desde o início de 2024, culminaram na prisão do casal em Carapicuíba, São Paulo, reforçando a seriedade das acusações. A ação de Felca serve como um lembrete poderoso de que a vigilância e a denúncia podem fazer a diferença na luta contra a exploração infantil no universo virtual.